2 anos sem Kathlen Romeu: 'Os assassinos estão soltos, vivendo a vida deles', diz mãe de grávida morta por PM
Cinco policiais militares são réus por fraude processual na investigação da morte da jovem de 24 anos que morreu grávida durante uma operação no Complexo do Lins, em julho de 2021. Dois deles respondem também por homicídio. Famíliares e amigos de Kathlen Romeu fazem ato após 2 anos de sua morte Lívia Torres/TV Globo A morte da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos grávida de 3 meses, alvejada com um tiro de fuzil no peito disparado por um policial militar do Rio de Janeiro, completa dois anos nesta quinta-feira (8). E esse é o tempo que a família da moça espera por justiça. O caso ainda concluído. Por conta disso, parentes e amigos fazem uma manifestação no Leme, na Zona Sul do Rio, para cobrar solução. "É uma coisa que ela sempre amou, sempre gostou, então, a gente escolheu - como esse é o dia 8 - em vez de ficar cada um na sua casa, a gente tá com os amigos juntos, com a família. Todo mundo unido pra poder fazer essa homenagem pra ela", diz o tatuador e designer gráfico Marcelo Ramos, namorado de Kathlen e pai do filho que ela estava esperando. Dois anos depois e a família só quer que os envolvidos sejam punidos. "Tem dois anos que a gente morre todos os dias. E, apesar de a minha filha ser vida, a minha filha ser alegria, espontaneidade, a gente tá muito triste, a gente continua sem acreditar no que aconteceu. A ausência dela é muito difícil pra gente", destaca Luciano Gonçalves, pai da jovem. "São os piores 2 anos da minha vida e o pior de tudo é saber que eu fui condenada a ter toda a minha eternidade sofrendo. A Kathlen é a minha vida, era minha razão, era a minha direção", relata Jaqueline Oliveira, mãe de Kathlen. Kathlen Romeu Reprodução/Redes sociais Vestidos com camisetas com a foto de Katlen grávida, amigos e parentes também levaram bandeiras e colocaram adesivos para falar do racismo. Eles também leram uma carta aberta. A designer de interiores foi atingida durante uma operação da PM. Na época, os policiais militares alegaram ter revidado a um ataque de bandidos. Em dezembro de 2021, cinco PMs passaram a ser réus depois que o Ministério Público do Estado (MPRJ) os denunciou por falso testemunho e fraude processual. O julgamento mais recente aconteceu na última semana. Nesta etapa, que ainda vai durar mais alguns meses, o juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço pretende ouvir testemunhas e os PMs acusados. A próxima audiência está marcada para o dia 7 de agosto. Os dois PMs acusados de homicídio são: Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias. Eles patrulhavam a região onde a jovem foi baleada. Kathlen Romeu morreu vítima de bala perdida na região da Grajaú-Jacarepaguá, na tarde desta terça-feira (8) Reprodução redes sociais Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, já que são suspeitos de terem alterado a cena do crime. "A gente não pode normalizar que uma mulher grávida seja assassinada numa guerra entre policial e bandido que só se justifica com corpos negros tombando corpos inocentes. Os assassinos tão soltos, vivendo a vida deles. Talvez curtindo um dia de sol com a família deles, e eu tô aqui com uma camisa, com uma bandeira (chora), com o resto que o estado me deixou", diz a mãe de Katlen.
Cinco policiais militares são réus por fraude processual na investigação da morte da jovem de 24 anos que morreu grávida durante uma operação no Complexo do Lins, em julho de 2021. Dois deles respondem também por homicídio. Famíliares e amigos de Kathlen Romeu fazem ato após 2 anos de sua morte Lívia Torres/TV Globo A morte da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos grávida de 3 meses, alvejada com um tiro de fuzil no peito disparado por um policial militar do Rio de Janeiro, completa dois anos nesta quinta-feira (8). E esse é o tempo que a família da moça espera por justiça. O caso ainda concluído. Por conta disso, parentes e amigos fazem uma manifestação no Leme, na Zona Sul do Rio, para cobrar solução. "É uma coisa que ela sempre amou, sempre gostou, então, a gente escolheu - como esse é o dia 8 - em vez de ficar cada um na sua casa, a gente tá com os amigos juntos, com a família. Todo mundo unido pra poder fazer essa homenagem pra ela", diz o tatuador e designer gráfico Marcelo Ramos, namorado de Kathlen e pai do filho que ela estava esperando. Dois anos depois e a família só quer que os envolvidos sejam punidos. "Tem dois anos que a gente morre todos os dias. E, apesar de a minha filha ser vida, a minha filha ser alegria, espontaneidade, a gente tá muito triste, a gente continua sem acreditar no que aconteceu. A ausência dela é muito difícil pra gente", destaca Luciano Gonçalves, pai da jovem. "São os piores 2 anos da minha vida e o pior de tudo é saber que eu fui condenada a ter toda a minha eternidade sofrendo. A Kathlen é a minha vida, era minha razão, era a minha direção", relata Jaqueline Oliveira, mãe de Kathlen. Kathlen Romeu Reprodução/Redes sociais Vestidos com camisetas com a foto de Katlen grávida, amigos e parentes também levaram bandeiras e colocaram adesivos para falar do racismo. Eles também leram uma carta aberta. A designer de interiores foi atingida durante uma operação da PM. Na época, os policiais militares alegaram ter revidado a um ataque de bandidos. Em dezembro de 2021, cinco PMs passaram a ser réus depois que o Ministério Público do Estado (MPRJ) os denunciou por falso testemunho e fraude processual. O julgamento mais recente aconteceu na última semana. Nesta etapa, que ainda vai durar mais alguns meses, o juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço pretende ouvir testemunhas e os PMs acusados. A próxima audiência está marcada para o dia 7 de agosto. Os dois PMs acusados de homicídio são: Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias. Eles patrulhavam a região onde a jovem foi baleada. Kathlen Romeu morreu vítima de bala perdida na região da Grajaú-Jacarepaguá, na tarde desta terça-feira (8) Reprodução redes sociais Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, já que são suspeitos de terem alterado a cena do crime. "A gente não pode normalizar que uma mulher grávida seja assassinada numa guerra entre policial e bandido que só se justifica com corpos negros tombando corpos inocentes. Os assassinos tão soltos, vivendo a vida deles. Talvez curtindo um dia de sol com a família deles, e eu tô aqui com uma camisa, com uma bandeira (chora), com o resto que o estado me deixou", diz a mãe de Katlen.