Cerca de 80% dos pais não buscam boletins do 1º e 2º bimestres nas escolas públicas do AC, diz SEE
Segundo a Secretaria de Educação do estado, 4º bimestre é o que mais recebe atenção dos pais. Gestor da pasta diz que atitude prejudica desenvolvimento da criança e do adolescente. Secretário de Educação (SEE), Aberson Carvalho cobra pais de alunos da rede estadual a participarem ativamente da vida educacional dos filhos. Neto Lucena/Secom Uma estimativa feita pela Secretaria de Estado de Educação (SEE-AC) mostrou que nos dois primeiros bimestres do ano letivo, cerca de 80% dos pais de alunos matriculados na rede pública do estado não chegam a buscar o boletim escolar nas escolas, referentes ao 1º e 2º bimestres. LEIA TAMBÉM: Estudante de escola pública do AC é selecionado para intercâmbio nos EUA: 'meu esforço valeu a pena' Os mais afetados por esse descuido são os alunos do ensino fundamental II, que compreende do 6º ao 9º ano, e ensino médio. O secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, explica que a principal preocupação é o abandono não só da vida letiva, mas da construção da identidade dessas crianças e adolescentes. “O que a gente está colocando em pauta e tentando discutir, é a responsabilidade do pai, da mãe, da avó, do avô, do responsável dessa criança ou do adolescente, que está em desenvolvimento, que está em construção daquela identidade e de um ser profissional para o mercado de trabalho no futuro. A gente vê com muita preocupação esse formato de sociedade que estamos vendo, onde a terceirização da responsabilidade paternal, acaba prejudicando o desenvolvimento da criança e do adolescente, nas questões da convivência social, regras sociais que a gente chama de educação social, onde tem o sim e o não, o posso e não posso, o bom senso”, pontua. Carvalho também diz que os pais precisam estar atentos a essas crianças e adolescentes, já que as escolas são responsáveis por dar educação formal, porém a educação social tem que ser ensinada pela família. Ele sinaliza que a falta de valores básicos é diretamente ligado à ausência de acompanhamento desses responsáveis na educação dos estudantes. “Estamos buscando incluir uma participação desse processo maior aos pais. Nós não somos obrigados a educar essas crianças e esses jovens, nessa educação social. O que nós fazemos é uma educação formal, uma educação científica, é preparar esse aluno para o conhecimento da ciência e do mercado, para que ele possa estar melhor inserido na sua vivência, no seu dia a dia, na sua vida profissional. Já a outra educação, estamos cobrando uma maior adesão, um maior interesse dos pais e responsáveis para que eles possam ser atores desse processo e protagonistas do futuro dos cidadãos que estamos construindo para a nossa sociedade”, pede. Falta de participação da família Vitor Farias, diretor da Escola Heloísa Mourão Marques, confirma as afirmações do secretário. Segundo o gestor, em todos os bimestres é feito o controle da entrega de boletins e muitos pais não comparecem à escola para buscar ou mesmo para se informar a respeito do rendimento escolar dos filhos. “Nossa escola, por exemplo, Heloísa Mourão Marques, faz um movimento intenso de convocação e chamamento e os pais e responsáveis que comparecem não chegam a metade dos alunos que temos. Buscar o boletim é apenas um reflexo do desinteresse e da baixa participação da família na educação e escolarização das crianças e adolescentes”, fala. Farias também explica que é recorrente, entre as direções das escolas, a reclamação a respeito dessa falta de interesse dos pais na escolarização. Segundo ele, muitos pais matriculam seus filhos e nunca mais comparecem à escola para saber nada a respeito do estudante. “Quando o estudante reprova, alguns pais aparecem revoltados, questionando à escola o motivo do baixo rendimento, mas sem ter tirado algumas horas da vida, durante os 200 dias letivos, para ir até a instituição de ensino para falar com professores e coordenação sobre como está a situação educacional do aluno. Costumo sempre dizer que o futuro virá e precisamos estar preparados para recebê-lo. Para a maioria dos nossos jovens, a educação é a porta de escape e de melhoria da condição de vida. Quando a família ajuda e participa, a possibilidade de sucesso aumenta. Sem a participação e o incentivo dos pais e da família, a chance do aluno até abandonar a escola passa a ser real e, com isso, toda a sociedade padece”, finaliza. VÍDEOS: g1
Segundo a Secretaria de Educação do estado, 4º bimestre é o que mais recebe atenção dos pais. Gestor da pasta diz que atitude prejudica desenvolvimento da criança e do adolescente. Secretário de Educação (SEE), Aberson Carvalho cobra pais de alunos da rede estadual a participarem ativamente da vida educacional dos filhos. Neto Lucena/Secom Uma estimativa feita pela Secretaria de Estado de Educação (SEE-AC) mostrou que nos dois primeiros bimestres do ano letivo, cerca de 80% dos pais de alunos matriculados na rede pública do estado não chegam a buscar o boletim escolar nas escolas, referentes ao 1º e 2º bimestres. LEIA TAMBÉM: Estudante de escola pública do AC é selecionado para intercâmbio nos EUA: 'meu esforço valeu a pena' Os mais afetados por esse descuido são os alunos do ensino fundamental II, que compreende do 6º ao 9º ano, e ensino médio. O secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, explica que a principal preocupação é o abandono não só da vida letiva, mas da construção da identidade dessas crianças e adolescentes. “O que a gente está colocando em pauta e tentando discutir, é a responsabilidade do pai, da mãe, da avó, do avô, do responsável dessa criança ou do adolescente, que está em desenvolvimento, que está em construção daquela identidade e de um ser profissional para o mercado de trabalho no futuro. A gente vê com muita preocupação esse formato de sociedade que estamos vendo, onde a terceirização da responsabilidade paternal, acaba prejudicando o desenvolvimento da criança e do adolescente, nas questões da convivência social, regras sociais que a gente chama de educação social, onde tem o sim e o não, o posso e não posso, o bom senso”, pontua. Carvalho também diz que os pais precisam estar atentos a essas crianças e adolescentes, já que as escolas são responsáveis por dar educação formal, porém a educação social tem que ser ensinada pela família. Ele sinaliza que a falta de valores básicos é diretamente ligado à ausência de acompanhamento desses responsáveis na educação dos estudantes. “Estamos buscando incluir uma participação desse processo maior aos pais. Nós não somos obrigados a educar essas crianças e esses jovens, nessa educação social. O que nós fazemos é uma educação formal, uma educação científica, é preparar esse aluno para o conhecimento da ciência e do mercado, para que ele possa estar melhor inserido na sua vivência, no seu dia a dia, na sua vida profissional. Já a outra educação, estamos cobrando uma maior adesão, um maior interesse dos pais e responsáveis para que eles possam ser atores desse processo e protagonistas do futuro dos cidadãos que estamos construindo para a nossa sociedade”, pede. Falta de participação da família Vitor Farias, diretor da Escola Heloísa Mourão Marques, confirma as afirmações do secretário. Segundo o gestor, em todos os bimestres é feito o controle da entrega de boletins e muitos pais não comparecem à escola para buscar ou mesmo para se informar a respeito do rendimento escolar dos filhos. “Nossa escola, por exemplo, Heloísa Mourão Marques, faz um movimento intenso de convocação e chamamento e os pais e responsáveis que comparecem não chegam a metade dos alunos que temos. Buscar o boletim é apenas um reflexo do desinteresse e da baixa participação da família na educação e escolarização das crianças e adolescentes”, fala. Farias também explica que é recorrente, entre as direções das escolas, a reclamação a respeito dessa falta de interesse dos pais na escolarização. Segundo ele, muitos pais matriculam seus filhos e nunca mais comparecem à escola para saber nada a respeito do estudante. “Quando o estudante reprova, alguns pais aparecem revoltados, questionando à escola o motivo do baixo rendimento, mas sem ter tirado algumas horas da vida, durante os 200 dias letivos, para ir até a instituição de ensino para falar com professores e coordenação sobre como está a situação educacional do aluno. Costumo sempre dizer que o futuro virá e precisamos estar preparados para recebê-lo. Para a maioria dos nossos jovens, a educação é a porta de escape e de melhoria da condição de vida. Quando a família ajuda e participa, a possibilidade de sucesso aumenta. Sem a participação e o incentivo dos pais e da família, a chance do aluno até abandonar a escola passa a ser real e, com isso, toda a sociedade padece”, finaliza. VÍDEOS: g1