Governo Bolsonaro demitiu suspeito de apagar dados de espionagem, argumenta ex-chefe da Abin
PF investiga se órgão, então chefiado pelo hoje deputado Alexandre Ramagem, rastreou ilegalmente celulares de ministros do STF, políticos, jornalistas e advogados por meio da ferramenta FirstMile. Defesa do parlamentar nega envolvimento, e diz que exonerou responsável por setor que operava o mecanismo. Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin Reprodução O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL) demitiu Paulo Fortunato do cargo de secretário de planejamento e gestão da Agência, em 23 de outubro. Essa é a principal linha de argumentação de Ramagem para negar qualquer tipo envolvimento no caso de espionagem investigado pela Polícia Federal na última sexta-feira (20). A PF cumpriu mandados na semana passada para apurar supostas irregularidades na conduta de servidores da Abin. Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares de ministros do STF, políticos, jornalistas e advogados sem autorização judicial. A Polícia afirmou a que o sistema foi utilizado ilegalmente quando a Abin era presidida por Ramagem, atual deputado federal do Rio de Janeiro. Até o momento, ele não é alvo da PF neste caso. E, para não deixar vestígios, os suspeitos teriam apagado dos computadores a grande maioria dos acessos. Ao todo, cerca de 30 mil acessos foram deletados - e a área responsável pelos arquivos era de Fortunato. Ao blog, Ramagem confirmou que, com a exoneração de Fortunato na época, enviou para a corregedoria do órgão a apuração do contrato do sistema FirstMile, software espião usado pela Abin. “Eu demiti e mandei todos os documentos para a corregedoria”, afirmou. Porém, ele ressalta que não tem como provar exatamente quem foi o responsável por ter apagado os acessos do sistema. Nessa investigação da PF sobre o caso de espionagem, a Polícia Federal encontrou US$ 171 mil (cerca de R$ 1 milhão) na casa de Fortunato. Novamente com cargo no governo Lula Essa não é a primeira vez que Paulo Fortunato assumiu um cargo na Abin durante o governo Lula. Em 2008, ele assumiu o cargo de diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Abin. Porém, à época, ele esteve envolvido na CPI dos Grampos. Fortunato chegou a depor após denúncias serem feitas contra funcionários da Abin, de que teriam realizado escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Vale destacar que dentro da Abin, o papel da diretoria de contra-inteligência é proteger assuntos sigilosos considerados relevantes para o Estado. Em dezembro do mesmo ano, Fortunato foi exonerado do cargo. Descartam demissão do Corrêa O ex-diretor-geral da Abin conversou na quarta-feira (25) com Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin e quem reconduziu Fortunato ao cargo de número 3 do órgão, sobre a investigação e as supostas pessoas envolvidas no caso de espionagem. Na segunda-feira, houve uma sabatina onde senadores chegaram a questionar Correa do porquê ele estava mantendo Fortunato no cargo, apesar de ele ser apontado por servidores como suspeito no caso. Nos bastidores, integrantes do Planalto descartam a demissão de Corrêa, pois atribuem a uma guerra entre PF e Abin. No entanto, concordam que há um desgaste na atual gestão, já que Corrêa indicou os nomes dos servidores que estão na mira da PF.
PF investiga se órgão, então chefiado pelo hoje deputado Alexandre Ramagem, rastreou ilegalmente celulares de ministros do STF, políticos, jornalistas e advogados por meio da ferramenta FirstMile. Defesa do parlamentar nega envolvimento, e diz que exonerou responsável por setor que operava o mecanismo. Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin Reprodução O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL) demitiu Paulo Fortunato do cargo de secretário de planejamento e gestão da Agência, em 23 de outubro. Essa é a principal linha de argumentação de Ramagem para negar qualquer tipo envolvimento no caso de espionagem investigado pela Polícia Federal na última sexta-feira (20). A PF cumpriu mandados na semana passada para apurar supostas irregularidades na conduta de servidores da Abin. Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares de ministros do STF, políticos, jornalistas e advogados sem autorização judicial. A Polícia afirmou a que o sistema foi utilizado ilegalmente quando a Abin era presidida por Ramagem, atual deputado federal do Rio de Janeiro. Até o momento, ele não é alvo da PF neste caso. E, para não deixar vestígios, os suspeitos teriam apagado dos computadores a grande maioria dos acessos. Ao todo, cerca de 30 mil acessos foram deletados - e a área responsável pelos arquivos era de Fortunato. Ao blog, Ramagem confirmou que, com a exoneração de Fortunato na época, enviou para a corregedoria do órgão a apuração do contrato do sistema FirstMile, software espião usado pela Abin. “Eu demiti e mandei todos os documentos para a corregedoria”, afirmou. Porém, ele ressalta que não tem como provar exatamente quem foi o responsável por ter apagado os acessos do sistema. Nessa investigação da PF sobre o caso de espionagem, a Polícia Federal encontrou US$ 171 mil (cerca de R$ 1 milhão) na casa de Fortunato. Novamente com cargo no governo Lula Essa não é a primeira vez que Paulo Fortunato assumiu um cargo na Abin durante o governo Lula. Em 2008, ele assumiu o cargo de diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Abin. Porém, à época, ele esteve envolvido na CPI dos Grampos. Fortunato chegou a depor após denúncias serem feitas contra funcionários da Abin, de que teriam realizado escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Vale destacar que dentro da Abin, o papel da diretoria de contra-inteligência é proteger assuntos sigilosos considerados relevantes para o Estado. Em dezembro do mesmo ano, Fortunato foi exonerado do cargo. Descartam demissão do Corrêa O ex-diretor-geral da Abin conversou na quarta-feira (25) com Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin e quem reconduziu Fortunato ao cargo de número 3 do órgão, sobre a investigação e as supostas pessoas envolvidas no caso de espionagem. Na segunda-feira, houve uma sabatina onde senadores chegaram a questionar Correa do porquê ele estava mantendo Fortunato no cargo, apesar de ele ser apontado por servidores como suspeito no caso. Nos bastidores, integrantes do Planalto descartam a demissão de Corrêa, pois atribuem a uma guerra entre PF e Abin. No entanto, concordam que há um desgaste na atual gestão, já que Corrêa indicou os nomes dos servidores que estão na mira da PF.