Região de Jundiaí registra 18 casos suspeitos de febre maculosa; quatro deles estiveram em fazenda de Campinas
Outras quatro pessoas que estiveram em evento Fazenda Santa Margarida morreram com a doença. Carrapato-estrela é o hospedeiro da bactéria que causa a febre maculosa Ministério da Saúde/Reprodução A Prefeitura de Itupeva (SP) informou, na manhã desta segunda-feira (19), que investiga nove casos suspeitos de febre maculosa na cidade. Ao todo, a região de Jundiaí (SP) contabiliza, agora, 18 casos suspeitos da doença. De acordo com a prefeitura de Itupeva , apenas dois casos são de moradores que participaram de um evento no dia 3 de junho na Fazenda Santa Margarida. Em Jundiaí, nove casos também são investigados pela prefeitura e uma morte por febre maculosa foi confirmada. O empresário e piloto Douglas Costa, de 42 anos, morreu no dia 8 de junho após contrair a doença depois de participar de um evento em Campinas (SP), na Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito de Joaquim Egídio. Outros dois moradores com a suspeita da doença participaram da "Feijoada do Rosa", no dia 27 de maio, na mesma fazenda. Os outros cinco casos são de moradores que relataram ter frequentado áreas verdes em Jundiaí e em outras cidades. Foram coletadas amostras de sangue de todos os pacientes e o material foi encaminhado para análise. Da esquerda para direita: Douglas Costa, Mariana Giordino, Evelyn Santos e Erissa Santana morreram de febre maculosa após passarem por fazenda em Campinas Reprodução O piloto Douglas, a namorada Mariana Giordino, 36 anos, a dentista Evelyn Santos, 28 anos, e a adolescente Erissa Nicole Santana, de 16 anos, passaram pela Fazenda Santa Margarida no dia 27 de maio, quando houve o evento "Feijoada do Rosa". O Instituto Adolfo Lutz confirmou que os quatro morreram pela doença. Veja quem são as pessoas que morreram pela doença após festa em fazenda O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor Reprodução/Instagram Em Jundiaí, o caso do piloto é o primeiro registrado em 2023. Em 2021 e 2022, um caso foi registrado em cada ano, mas sem mortes. A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. Feijoada do Rosa, na Fazenda Santa Margarida Redes sociais Febre maculosa: sintomas e tratamento De acordo com o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas, a febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, mas também pode ocorrer por meio de outro carrapato, desde que esteja infectado com uma bactéria chamada de Rickettsia Rickettsii e em uma região endêmica de febre maculosa. Febre maculosa: entenda o que é e quais os sintomas da doença “A região nossa aqui de Jundiaí, cercada pela Serra do Japi, ela é endêmica. Temos bastante casos, em Jundiaí, Cabreúva, chegando até Louveira. É muito importante saber a história do paciente, por onde que ele foi, se ele frequentou área rural, se ele teve chance de ser picado por um carrapato ou não. Esse carrapato pega muito cavalo, cachorro, capivara e pode passar pra gente”, explica. Transmissão Sobre o tempo para a transmissão da doença, o profissional diz que ocorre geralmente entre 6 a 12 horas depois que o carrapato está na pessoa. Ele ressalta que além de tentar se proteger do parasita, deve se ter atenção redobrada ao chegar em casa e na hora do banho. “Procurar o carrapato pra tirar o mais rápido possível. Se tirar ele muito rápido, não tem perigo. Também tirar o carrapato da maneira correta, não puxar ele de uma forma que você vai fazer ele depositar todo material sanguíneo que ele chupou da gente e aí vai mais bactéria. Pegar ele pelo aparelho bucal dele com uma pinça, tirar e não ficar mexendo. Matar ele no álcool, jogar fora na privada e só.” O período de incubação da doença pode variar entre 7 a 14 dias, segundo o infectologista Marco Aurélio. Após este período, o paciente desenvolve alguns sintomas que pode confundir com outras doenças bacterianas como febre, dor de cabeça, conjuntivite, manchas no corpo, náuseas e vómitos, e dificultar o diagnóstico. “Podemos ter casos leves, muito leves, que a gente nem faz o diagnóstico, a pessoa sara sozinha. Mas há casos muito graves que a evolução pode ser muito rápida. Eu já vi paciente em 12 horas, de chegar no hospital, e falecer, mesmo com o tratamento, com a suspeita feita rápida. Pode ter formas bem agudas”, afirma o infectologista. Placa alerta para risco de febre maculosa em parque de Campinas Reprodução/EPTV Diagnóstico O diagnóstico da febre maculosa é feito por sorologia, porém de acordo com Marco Aurélio Cunha de Freitas, o resultado pode demorar. Por isso, o diagnóstico por meio do PCR é utilizado como uma forma mais rápida de entender qual a doença. “O tratamento da suspeita a gente trata, não esperamos confirmar nada por causa disso, além do diagnóstico demorar, quanto mais tempo v
Outras quatro pessoas que estiveram em evento Fazenda Santa Margarida morreram com a doença. Carrapato-estrela é o hospedeiro da bactéria que causa a febre maculosa Ministério da Saúde/Reprodução A Prefeitura de Itupeva (SP) informou, na manhã desta segunda-feira (19), que investiga nove casos suspeitos de febre maculosa na cidade. Ao todo, a região de Jundiaí (SP) contabiliza, agora, 18 casos suspeitos da doença. De acordo com a prefeitura de Itupeva , apenas dois casos são de moradores que participaram de um evento no dia 3 de junho na Fazenda Santa Margarida. Em Jundiaí, nove casos também são investigados pela prefeitura e uma morte por febre maculosa foi confirmada. O empresário e piloto Douglas Costa, de 42 anos, morreu no dia 8 de junho após contrair a doença depois de participar de um evento em Campinas (SP), na Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito de Joaquim Egídio. Outros dois moradores com a suspeita da doença participaram da "Feijoada do Rosa", no dia 27 de maio, na mesma fazenda. Os outros cinco casos são de moradores que relataram ter frequentado áreas verdes em Jundiaí e em outras cidades. Foram coletadas amostras de sangue de todos os pacientes e o material foi encaminhado para análise. Da esquerda para direita: Douglas Costa, Mariana Giordino, Evelyn Santos e Erissa Santana morreram de febre maculosa após passarem por fazenda em Campinas Reprodução O piloto Douglas, a namorada Mariana Giordino, 36 anos, a dentista Evelyn Santos, 28 anos, e a adolescente Erissa Nicole Santana, de 16 anos, passaram pela Fazenda Santa Margarida no dia 27 de maio, quando houve o evento "Feijoada do Rosa". O Instituto Adolfo Lutz confirmou que os quatro morreram pela doença. Veja quem são as pessoas que morreram pela doença após festa em fazenda O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor Reprodução/Instagram Em Jundiaí, o caso do piloto é o primeiro registrado em 2023. Em 2021 e 2022, um caso foi registrado em cada ano, mas sem mortes. A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. Feijoada do Rosa, na Fazenda Santa Margarida Redes sociais Febre maculosa: sintomas e tratamento De acordo com o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas, a febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, mas também pode ocorrer por meio de outro carrapato, desde que esteja infectado com uma bactéria chamada de Rickettsia Rickettsii e em uma região endêmica de febre maculosa. Febre maculosa: entenda o que é e quais os sintomas da doença “A região nossa aqui de Jundiaí, cercada pela Serra do Japi, ela é endêmica. Temos bastante casos, em Jundiaí, Cabreúva, chegando até Louveira. É muito importante saber a história do paciente, por onde que ele foi, se ele frequentou área rural, se ele teve chance de ser picado por um carrapato ou não. Esse carrapato pega muito cavalo, cachorro, capivara e pode passar pra gente”, explica. Transmissão Sobre o tempo para a transmissão da doença, o profissional diz que ocorre geralmente entre 6 a 12 horas depois que o carrapato está na pessoa. Ele ressalta que além de tentar se proteger do parasita, deve se ter atenção redobrada ao chegar em casa e na hora do banho. “Procurar o carrapato pra tirar o mais rápido possível. Se tirar ele muito rápido, não tem perigo. Também tirar o carrapato da maneira correta, não puxar ele de uma forma que você vai fazer ele depositar todo material sanguíneo que ele chupou da gente e aí vai mais bactéria. Pegar ele pelo aparelho bucal dele com uma pinça, tirar e não ficar mexendo. Matar ele no álcool, jogar fora na privada e só.” O período de incubação da doença pode variar entre 7 a 14 dias, segundo o infectologista Marco Aurélio. Após este período, o paciente desenvolve alguns sintomas que pode confundir com outras doenças bacterianas como febre, dor de cabeça, conjuntivite, manchas no corpo, náuseas e vómitos, e dificultar o diagnóstico. “Podemos ter casos leves, muito leves, que a gente nem faz o diagnóstico, a pessoa sara sozinha. Mas há casos muito graves que a evolução pode ser muito rápida. Eu já vi paciente em 12 horas, de chegar no hospital, e falecer, mesmo com o tratamento, com a suspeita feita rápida. Pode ter formas bem agudas”, afirma o infectologista. Placa alerta para risco de febre maculosa em parque de Campinas Reprodução/EPTV Diagnóstico O diagnóstico da febre maculosa é feito por sorologia, porém de acordo com Marco Aurélio Cunha de Freitas, o resultado pode demorar. Por isso, o diagnóstico por meio do PCR é utilizado como uma forma mais rápida de entender qual a doença. “O tratamento da suspeita a gente trata, não esperamos confirmar nada por causa disso, além do diagnóstico demorar, quanto mais tempo você demora, maior pode ser mortalidade”. Ele ainda pontua que são usados dois tipos de antibióticos no tratamento. Como prevenir? O infectologista explica que a pessoa pode seguir algumas orientações para evitar o contato com o carrapato quando estiver em um local de contágio, como fazer o uso de calças compridas. “De preferência passar um elástico na calça para que o carrapato não entre. Usar roupa clara porque, se ele começar a subir em você, você identifica rápido. Depois que passou por aquela área, fazer a procura em você, se tem carrapato, tirar ele logo. Quanto mais rápido tirar, menores são as chances da doença”. Onde pode ser encontrada? A febre maculosa também pode ser encontrada em outros países, como comenta o profissional. “É uma bactéria muito difícil de isolar, são descritas de maneiras diferentes. A gente tem nos Estados Unidos a ‘Febre da Montanha Rochosa’, mas é um pouco diferente. Provavelmente uma sub variante de bactérias. Essa forma [igual no Brasil] é bem característica e não é nem no Brasil inteiro, são em algumas regiões”, aponta. Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM