'Um ano de pura saudade', diz mãe de estudante que morreu atropelada em saída de festa no interior de SP
Estefany Ferreira Medina foi atingida em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras, entre São José do Rio Preto e Cedral (SP), em 29 de janeiro de 2023. Justiça acatou denúncia contra João Pedro Silva Alves por homicídio duplamente qualificado, mas defesa recorreu. Carro usado pelo suspeito de cometer o crime à esquerda; vítima que morreu atropelada à direita Arquivo Pessoal Mesmo depois de um ano, a saudade é diária para a família da jovem de 20 anos que morreu atropelada na saída de uma festa. O caso aconteceu em 29 de janeiro de 2023, em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras entre São José do Rio Preto e Cedral (SP). À TV TEM, a mãe de Estefany Ferreira Medina contou que considera revoltante o fato de o motorista que provocou o acidente estar solto. “É um ano de pura saudade, puro desespero, bate aquela insegurança da injustiça. Faz um ano que a gente vive um luto profundo, sem fim, com muita dor. A pessoa que causou isso continua solta, vivendo a vida dela e isso me deixa triste, revoltada”, afirma Neusa Ferreira Caldas. “As pessoas costumam dizer que a dor passa, mas não passa. O que acontece é que a gente tem que continuar a lutar, a vida, vivendo sem a pessoa que ama. As lembranças e saudade são demais. A gente aprende a conviver, senão a gente não vive.” Neusa Ferreira Caldas, mãe de Estefany Ferreira Medina, jovem que morreu atropelada após festa Reprodução/TV TEM Apesar de solto, o estudante João Pedro Silva Alves foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado por meio cruel e que impossibilitou a defesa da vítima, além de lesão corporal. Em setembro, a Justiça determinou que ele vá a júri popular, mas a defesa recorreu. “O processo está em grau de recurso, não concordamos com a admissibilidade para Tribunal do Júri. Estamos discutindo um mérito referente para o crime ser culposo ou ser praticado por dolo eventual e também discutimos as qualificadoras, pois não concordamos com nenhuma imposta na denúncia”, diz o advogado criminalista Juan Siqueira. LEIA TAMBÉM: 'Morreu nos meus braços', diz amiga de jovem atropelada ao sair de festa Família se reuniu em almoço no dia em que jovem saiu para ir a festa e morreu atropelada Tio de jovem que morreu atropelada diz que vítima tentava tirar CNH e planejava ir à praia João Pedro Silva Alves fugiu sem prestar socorro, mas foi encontrado, levado à delegacia e teve a prisão preventiva decretada Arquivo pessoal Entenda o caso A vítima foi atingida por um carro na saída de uma festa, em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras entre São José do Rio Preto e Cedral (SP), na manhã do dia 29 de janeiro. João Pedro foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento. Por ter fugido sem prestar socorro, o estudante foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. Segundo o Ministério Público, ele passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica e dirigia acompanhado de amigos. Durante a investigação, testemunhas informaram que João Pedro dirigia de forma perigosa e ziguezagueava rapidamente, a ponto de os passageiros perderem o contato com o banco quando o carro passava por lombadas. De acordo com a denúncia do MP, João atingiu Estefany com o carro enquanto ela estava sentada fora do local de passagem dos veículos. Ela foi arrastada e morreu no local por politraumatismo. Além da jovem, o motorista também atingiu um amigo de Estefany, que teve ferimentos leves ao se esquivar. O suspeito desceu do carro, viu que atropelou as vítimas e fugiu sem prestar socorro, mas depois foi encontrado e preso. Troca de mensagens Motorista preso por matar jovem em Cedral trocou mensagens com amigos após fugir Após o acidente, João Pedro trocou mensagens com os amigos que estavam no carro. Na conversa obtida pelo g1 é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia. João: tá aí? Testemunha: sim, onde você está? João: o que houve? Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção? João: seguinte, vocês não me conhecem. Prints mostram conversa de João e testemunha Arquivo Pessoal Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido. Testemunha: se puder volta lá e presta socorro amigo, por favor. João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece. Suspeito pediu diversas vezes para que testemunhas não dissessem que o conhecia Arquivo Pessoal Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem "carreira para seguir". João: eu não posso assumir isso Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você. João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco. Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu. João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora. João disse que 'precisava seguir a vida' e não assumiria o crime Arquivo Pessoal Veja
Estefany Ferreira Medina foi atingida em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras, entre São José do Rio Preto e Cedral (SP), em 29 de janeiro de 2023. Justiça acatou denúncia contra João Pedro Silva Alves por homicídio duplamente qualificado, mas defesa recorreu. Carro usado pelo suspeito de cometer o crime à esquerda; vítima que morreu atropelada à direita Arquivo Pessoal Mesmo depois de um ano, a saudade é diária para a família da jovem de 20 anos que morreu atropelada na saída de uma festa. O caso aconteceu em 29 de janeiro de 2023, em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras entre São José do Rio Preto e Cedral (SP). À TV TEM, a mãe de Estefany Ferreira Medina contou que considera revoltante o fato de o motorista que provocou o acidente estar solto. “É um ano de pura saudade, puro desespero, bate aquela insegurança da injustiça. Faz um ano que a gente vive um luto profundo, sem fim, com muita dor. A pessoa que causou isso continua solta, vivendo a vida dela e isso me deixa triste, revoltada”, afirma Neusa Ferreira Caldas. “As pessoas costumam dizer que a dor passa, mas não passa. O que acontece é que a gente tem que continuar a lutar, a vida, vivendo sem a pessoa que ama. As lembranças e saudade são demais. A gente aprende a conviver, senão a gente não vive.” Neusa Ferreira Caldas, mãe de Estefany Ferreira Medina, jovem que morreu atropelada após festa Reprodução/TV TEM Apesar de solto, o estudante João Pedro Silva Alves foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado por meio cruel e que impossibilitou a defesa da vítima, além de lesão corporal. Em setembro, a Justiça determinou que ele vá a júri popular, mas a defesa recorreu. “O processo está em grau de recurso, não concordamos com a admissibilidade para Tribunal do Júri. Estamos discutindo um mérito referente para o crime ser culposo ou ser praticado por dolo eventual e também discutimos as qualificadoras, pois não concordamos com nenhuma imposta na denúncia”, diz o advogado criminalista Juan Siqueira. LEIA TAMBÉM: 'Morreu nos meus braços', diz amiga de jovem atropelada ao sair de festa Família se reuniu em almoço no dia em que jovem saiu para ir a festa e morreu atropelada Tio de jovem que morreu atropelada diz que vítima tentava tirar CNH e planejava ir à praia João Pedro Silva Alves fugiu sem prestar socorro, mas foi encontrado, levado à delegacia e teve a prisão preventiva decretada Arquivo pessoal Entenda o caso A vítima foi atingida por um carro na saída de uma festa, em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras entre São José do Rio Preto e Cedral (SP), na manhã do dia 29 de janeiro. João Pedro foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento. Por ter fugido sem prestar socorro, o estudante foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. Segundo o Ministério Público, ele passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica e dirigia acompanhado de amigos. Durante a investigação, testemunhas informaram que João Pedro dirigia de forma perigosa e ziguezagueava rapidamente, a ponto de os passageiros perderem o contato com o banco quando o carro passava por lombadas. De acordo com a denúncia do MP, João atingiu Estefany com o carro enquanto ela estava sentada fora do local de passagem dos veículos. Ela foi arrastada e morreu no local por politraumatismo. Além da jovem, o motorista também atingiu um amigo de Estefany, que teve ferimentos leves ao se esquivar. O suspeito desceu do carro, viu que atropelou as vítimas e fugiu sem prestar socorro, mas depois foi encontrado e preso. Troca de mensagens Motorista preso por matar jovem em Cedral trocou mensagens com amigos após fugir Após o acidente, João Pedro trocou mensagens com os amigos que estavam no carro. Na conversa obtida pelo g1 é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia. João: tá aí? Testemunha: sim, onde você está? João: o que houve? Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção? João: seguinte, vocês não me conhecem. Prints mostram conversa de João e testemunha Arquivo Pessoal Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido. Testemunha: se puder volta lá e presta socorro amigo, por favor. João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece. Suspeito pediu diversas vezes para que testemunhas não dissessem que o conhecia Arquivo Pessoal Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem "carreira para seguir". João: eu não posso assumir isso Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você. João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco. Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu. João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora. João disse que 'precisava seguir a vida' e não assumiria o crime Arquivo Pessoal Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM e