USP de Piracicaba lança cartilha de controle e combate da febre maculosa direcionada a prefeituras
Documento pode ser acessado online e está disponível para download gratuito; Esalq realiza campanha de conscientização da doença no campus de 8 a 30 de julho. Cartilha sobre febre maculosa lançada pela Esalq Esalq/ USP A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), lançou uma cartilha com orientações, protocolos para identificar áreas de risco, medidas preventivas e de combate à febre maculosa. O documento, disponível online, é direcionado, principalmente, às prefeituras da região, algumas de cidades endêmicas para a doença, segundo informou a instituição, nesta quarta-feira (5). Na publicação, intitulada "Protocolo de Priorização de áreas para prevenir a ocorrência da febre maculosa brasileira", além de informações de conscientização sobre a febre maculosa, também são abordadas medidas de mitigação da doença. ????Clique aqui para baixar a cartilha. A cartilha, organizada pelo agrônomo e entomólogo da Esalq/USP Carlos Alberto Perez, apresenta um protocolo que auxilia a determinar áreas prioritárias para a adoção de medidas preventivas contra infecções com base na avaliação da presença de seres humanos, das capivaras, carrapatos e do patógeno que causa a doença, usando como sentinela, os gambás. "Este protocolo se baseia em elementos que englobam não apenas aspectos sociais e ambientais, como também conhecimentos biológicos relacionados aos organismos que participam do processo, isto é, o agente causal, os vetores e os hospedeiros de ambos", aponta o documento em trecho. O protocolo, segundo o documento, representa o resultado de reflexões na execução de um estudo-piloto entre diferentes insituições, desenvolvido entre 2018 e 2021, como parte do Programa “Aprender na Comunidade”, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo. A cartilha aborda ainda aspectos sobre a obrigatoriedade de obtenção de licenças junto com a Secretaria do meio Ambiente para formalização da condução da análise e profissionais dispostos a iniciar o processo para enfrentar o problema. Ação no campus da USP de Piracicaba O campus da USP em Piracicaba realiza a 6ª edição da "Campanha contra febre maculosa", de 8 a 30 de julho. Segundo a organização, a iniciativa será feita aos finais de semana do mês, quando é maior o fluxo de pessoas no local. Um estande funcionará próximo ao Edifício Central da Esalq, aos sábados e domingos, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Desde 2016, a campanha contra a doença feita no campus conscientizou cerca de 10 mil visitantes desde 2016. "O objetivo da campanha é conscientizar os visitantes do campus sobre medidas preventivas para não ser infectado pela Febre Maculosa Brasileira, formas de prevenção, sintomas e providências a serem tomadas no caso de possível aquisição da doença", comunicou a instituição em nova enviada à imprensa. "A atividade é gratuita e se baseia no empenho de profissionais da Esalq, Cena e Prefeitura do Campus (docentes, técnicos, pesquisadores e alunos), que desenvolvem um projeto piloto de prevenção à enfermidade", acrescentou. A Esalq tem uma "Comissão Permanente da Febre Maculosa", forma por especialistas que recomendam em primeiro lugar a adoção de práticas de conscientização da população sobre a doença, seus sintomas, suas consequências, como evitá-la, e ação a ser tomada no caso de suspeita. Como fazenda da Esalq fez controle da febre maculosa Aviso sobre a presença de capivaras em fazenda da Esalq em Piracicaba Reprodução/ Fantástico Com registro de febre maculosa há 20 anos, a fazenda experimental Areão, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), desenvolveu um programa para realizar controle do carrapato-estrela, que transmite a doença. LEIA TAMBÉM: Morte por febre maculosa em Limeira em 2023 foi de adolescente e ocorreu em março, diz prefeitura Justiça exige exames em capivaras para controle de febre maculosa em Limeira Grama baixa e carrapaticida: saiba como fazenda da USP fez controle da febre maculosa Na propriedade vive uma população de cerca de 30 capivaras, animal que é hospedeiro do carrapato-estrela. “A gente utiliza produtos com ação carrapaticida para o controle desses carrapatos. E uma coisa bastante importante também é manter a grama bem baixinha porque quando a gente mantém a grama baixa os carrapatos não sobrevivem com a incidência da luz do sol”, explica o agrônomo e entomólogo Carlos Alberto Perez O docente, que é doutor em conservação de ecossistemas florestais e membro da comissão permanente da febre maculosa da Esalq, observa que existem vários produtos que são utilizados para o combate do carrapato. Área onde foi realizado programa de controle do carrapato-estrela na USP de Piracicaba Reprodução/ Fantástico “Nós temos usado bastante, desde o começo. Quando a gente começou esse programa, nós utilizamos algumas formulações especiais de lambda cialotrina, que são a um ingrediente ativo que ele se mantém
Documento pode ser acessado online e está disponível para download gratuito; Esalq realiza campanha de conscientização da doença no campus de 8 a 30 de julho. Cartilha sobre febre maculosa lançada pela Esalq Esalq/ USP A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), lançou uma cartilha com orientações, protocolos para identificar áreas de risco, medidas preventivas e de combate à febre maculosa. O documento, disponível online, é direcionado, principalmente, às prefeituras da região, algumas de cidades endêmicas para a doença, segundo informou a instituição, nesta quarta-feira (5). Na publicação, intitulada "Protocolo de Priorização de áreas para prevenir a ocorrência da febre maculosa brasileira", além de informações de conscientização sobre a febre maculosa, também são abordadas medidas de mitigação da doença. ????Clique aqui para baixar a cartilha. A cartilha, organizada pelo agrônomo e entomólogo da Esalq/USP Carlos Alberto Perez, apresenta um protocolo que auxilia a determinar áreas prioritárias para a adoção de medidas preventivas contra infecções com base na avaliação da presença de seres humanos, das capivaras, carrapatos e do patógeno que causa a doença, usando como sentinela, os gambás. "Este protocolo se baseia em elementos que englobam não apenas aspectos sociais e ambientais, como também conhecimentos biológicos relacionados aos organismos que participam do processo, isto é, o agente causal, os vetores e os hospedeiros de ambos", aponta o documento em trecho. O protocolo, segundo o documento, representa o resultado de reflexões na execução de um estudo-piloto entre diferentes insituições, desenvolvido entre 2018 e 2021, como parte do Programa “Aprender na Comunidade”, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo. A cartilha aborda ainda aspectos sobre a obrigatoriedade de obtenção de licenças junto com a Secretaria do meio Ambiente para formalização da condução da análise e profissionais dispostos a iniciar o processo para enfrentar o problema. Ação no campus da USP de Piracicaba O campus da USP em Piracicaba realiza a 6ª edição da "Campanha contra febre maculosa", de 8 a 30 de julho. Segundo a organização, a iniciativa será feita aos finais de semana do mês, quando é maior o fluxo de pessoas no local. Um estande funcionará próximo ao Edifício Central da Esalq, aos sábados e domingos, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Desde 2016, a campanha contra a doença feita no campus conscientizou cerca de 10 mil visitantes desde 2016. "O objetivo da campanha é conscientizar os visitantes do campus sobre medidas preventivas para não ser infectado pela Febre Maculosa Brasileira, formas de prevenção, sintomas e providências a serem tomadas no caso de possível aquisição da doença", comunicou a instituição em nova enviada à imprensa. "A atividade é gratuita e se baseia no empenho de profissionais da Esalq, Cena e Prefeitura do Campus (docentes, técnicos, pesquisadores e alunos), que desenvolvem um projeto piloto de prevenção à enfermidade", acrescentou. A Esalq tem uma "Comissão Permanente da Febre Maculosa", forma por especialistas que recomendam em primeiro lugar a adoção de práticas de conscientização da população sobre a doença, seus sintomas, suas consequências, como evitá-la, e ação a ser tomada no caso de suspeita. Como fazenda da Esalq fez controle da febre maculosa Aviso sobre a presença de capivaras em fazenda da Esalq em Piracicaba Reprodução/ Fantástico Com registro de febre maculosa há 20 anos, a fazenda experimental Areão, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), desenvolveu um programa para realizar controle do carrapato-estrela, que transmite a doença. LEIA TAMBÉM: Morte por febre maculosa em Limeira em 2023 foi de adolescente e ocorreu em março, diz prefeitura Justiça exige exames em capivaras para controle de febre maculosa em Limeira Grama baixa e carrapaticida: saiba como fazenda da USP fez controle da febre maculosa Na propriedade vive uma população de cerca de 30 capivaras, animal que é hospedeiro do carrapato-estrela. “A gente utiliza produtos com ação carrapaticida para o controle desses carrapatos. E uma coisa bastante importante também é manter a grama bem baixinha porque quando a gente mantém a grama baixa os carrapatos não sobrevivem com a incidência da luz do sol”, explica o agrônomo e entomólogo Carlos Alberto Perez O docente, que é doutor em conservação de ecossistemas florestais e membro da comissão permanente da febre maculosa da Esalq, observa que existem vários produtos que são utilizados para o combate do carrapato. Área onde foi realizado programa de controle do carrapato-estrela na USP de Piracicaba Reprodução/ Fantástico “Nós temos usado bastante, desde o começo. Quando a gente começou esse programa, nós utilizamos algumas formulações especiais de lambda cialotrina, que são a um ingrediente ativo que ele se mantém na vegetação por aproximadamente duas a três semanas”. Dois anos sem alimento O pesquisador explica que o carrapato é resistente. Na fase de larva, fica seis meses sem se alimentar. Quando é mais jovem, o famoso "micuim" fica até um ano sem comida. E o adulto sobrevive até dois anos sem alimento. Fazenda experimental Areão, da Esalq/USP Esalq/USP Os carrapatos ficam alojados na ponta da vegetação para ter a chance de parasitar o primeiro hospedeiro que passar pelo local. Eles ficam agrupados, um em cima do outro, de tal forma que quando alguém passa pode ser “agarrado” por vários carrapatos juntos. Sobe o número de casos de febre maculosa 60,9% de letalidade em Piracicaba Dos 23 casos confirmados de febre maculosa em Piracicaba (SP) desde 2019, 14 levaram os pacientes à morte, o que representa uma letalidade de 60,9%. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Vigilância Epidemiológica, e foram enviado pela Secretaria Municipal de Saúde ao g1. Em 2023, a cidade não tem registros da doença. Confira abaixo os registros ao longo dos últimos quatro anos e meio: 2019: Dez casos confirmados e cinco mortes 2020: Seis casos confirmados e quatro mortes 2021: Cinco casos confirmados e quatro mortes 2022: Dois casos confirmados e uma morte 2023: Nenhum caso confirmado Bióloga do Centro de Controle de Zoonoes (CCZ) que faz o monitoramento da doença na cidade, Regina Lex Engel analisa que os números apontam para o controle da maculosa na cidade, tendo em vista a não confirmação da doença neste ano. Apesar disso, Regina lembra que é preciso manter o alerta para os riscos da doença, transmitida pelo carrapato-estrela e que pode levar à morte. “O período de maior incidência da febre maculosa no Estado de São Paulo começou em maio e segue até setembro, porém, em Piracicaba é diferente já que os casos podem surgir durante todo ano. Isso porque temos fatores que contribuem para isso, como o rio que corta a cidade e isso exige ainda mais cuidado tanto da população quanto do poder público", ressalta. Ela lembra que o rio é considerado cartão-postal da cidade, atraindo muitos piracicabanos e turistas às suas margens. "No entanto, o local também é o preferido das capivaras, um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, por isso o CCZ mantém placas de alertas da presença do carrapato e da doença, além de manter diversas ações de orientação e conscientização da população durante o ano todo, de forma ininterrupta”, afirma. Além das margens do Piracicaba, desde o bairro Monte Alegre até Artemis, outras áreas identificadas como de maior risco de contaminação pela doença são as as seguintes: Margens do Ribeirão Piracicamirim Córrego Guamiun Lagoa do Santa Rita Margem do Rio Corumbataí A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. O CCZ informou que conta com equipe de profissionais que dão apoio no trabalho de controle da doença por meio de trabalhos educativos nas escolas públicas e particulares da cidade, além de empresas. A solicitação da visita orientativa deve ser feita por meio do SIP 156 ou pelo telefone (19) 3427-2400. ARQUIVO: Família de capivaras às margens do Rio Piracicaba, em Piracicaba Mateus Medeiros/Arquivo pessoal Saiba mais sobre a doença O que é a febre maculosa? Segundo o Ministério da Saúde, "a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável", ou seja: há formas leves e formas graves ("com elevada taxa de letalidade"). Os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças que causam febre alta. O que causa a doença? A doença é causada, no Brasil, por duas bactérias do gênero Rickettsia, e a transmissão ocorre por picada de carrapato. A Rickettsia rickettsii causa a versão grave e é encontrada no norte do Paraná e no Sudeste. A Rickettsia parkeri leva a quadros menos severos e é encontrada em áreas da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará. Quais carrapatos transmitem? No país, são os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente aquele conhecido como carrapato estrela. Mas o ministério alerta que qualquer espécie pode transmitir a febre maculosa, inclusive o carrapato do cachorro. Dá para transmitir de pessoa para pessoa? Não. A transmissão por contato humano é impossível. Quais são os principais sintomas? Febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular frequente; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando problemas respiratórios. Mas e as manchas? O Ministério da Saúde alerta que, com a evolução do quadro, “é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés”. Tem tratamento? Sim, com um antibiótico específico. Ele deve começar imediatamente assim que o médico suspeitar que o paciente está contaminado, antes mesmo da confirmação do resultado do exame. Febre maculosa é transmitida por carrapato Adelcio R Barbosa/ Prefeitura de Contagem/Divulgação Outras cidades da região A Prefeitura de Limeira informou ao g1 os registros da doença em 2022 e 2023. No ano passado, os três casos confirmados causaram a morte dos pacientes. Neste ano, até terça-feira (13), havia cinco casos suspeitos sob investigação e um confirmado que causou a morte de um adolescente de 17 anos. Já Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Cosmópolis e Iracemápolis informaram que não têm casos confirmados neste ano. Ciclo da febre maculosa envolve carrapatos e capivara Amanda Paes/G1 VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba