Veto da Suprema Corte a ações afirmativas nas universidades é retrocesso de décadas, diz Biden
Justiça dos EUA decidiu proibir medida em leva de decisões desta semana, antes do recesso de verão no Hemisfério Norte. Presidente norte-americano é favorável às políticas. Suprema Corte dos EUA decide contra ações afirmativas nas universidades O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (29) que a decisão da Suprema Corte de seu país de proibir políticas afirmativas em universidades norte-americanas é um retrocesso. Ações afirmativas são medidas que visam combater a discriminação e promover a inclusão de grupos historicamente desfavorecidos, como as minorias étnicas, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros. Cotas, uma porcentagem do número de vagas que é direcionada a alunos desses grupos, são um exemplo de ação afirmativa. Nos EUA não havia cotas como em universidades brasileiras, mas, sim, um sistema que considerava que raça era um critério para um aluno ser convocado para a matrícula. A Suprema Corte dos EUA afirmou, no entanto, Ele disse que orientou o Departamento de Educação do país a estudar quais possíveis políticas podem contribuir para que haja mais diversidade entre os estudantes universitários. Segundo o governo dos EUA, o Departamento de Educação e o Departamento de Justiça vão auxiliar as universidades com as práticas de admissão de alunos nos próximos 45 dias. Biden critica elitismo de ensino superior Em seu discurso, Biden afirmou que os estudantes das famílias pertencentes ao 1% mais rico em termos de renda familiar têm 77 vezes mais chances de ingressar em uma universidade de elite do que aqueles provenientes do grupo mais pobre. "Apenas as pessoas ricas e bem relacionadas se beneficiam desse sistema", disse ele. Biden é favorável às políticas, que vinham sendo usadas pelas instituições para aumentar o número de alunos negros, hispânicos e de outros grupos pouco representados entre os estudantes. Em pronunciamento na Casa Branca, acusou os juízes da Suprema Corte - de maioria conservadora - de "efetivamente acabar com as políticas afirmativas no processo de admissão às universidades". "Não podemos deixar que essa decisão seja a última palavra nesse assunto", afirmou ele. "O preconceito ainda existe nos Estados Unidos, e a decisão de hoje não muda isso. Acredito que as universidades são mais fortes quando são racialmente diversas. Temos que lembrar que diversidade é a nossa força, e eu sempre lutarei por isso". A decisão da Suprema Corte - uma das mais importantes da Casa antes do recesso de verão no Hemisfério Norte, a partir da semana que vem - reverte um entendimento de quase 50 anos. Em 1978, a Corte havia decidido que as universidades não podem criar sistemas de cotas, mas que poderiam usar a raça como critério nas seleções. O presidente da Suprema Corte dos EUA, o conservador John Roberts, escreveu que o benefício a um estudante que sofre discriminação racial tem que estar relacionado "à coragem e à determinação daquele estudante". Foto de 2019 mostra alunos perto da biblioteca Widener, na Universidade Harvard, nos EUA Charles Krupa/Arquivo/AP Photo
Justiça dos EUA decidiu proibir medida em leva de decisões desta semana, antes do recesso de verão no Hemisfério Norte. Presidente norte-americano é favorável às políticas. Suprema Corte dos EUA decide contra ações afirmativas nas universidades O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (29) que a decisão da Suprema Corte de seu país de proibir políticas afirmativas em universidades norte-americanas é um retrocesso. Ações afirmativas são medidas que visam combater a discriminação e promover a inclusão de grupos historicamente desfavorecidos, como as minorias étnicas, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros. Cotas, uma porcentagem do número de vagas que é direcionada a alunos desses grupos, são um exemplo de ação afirmativa. Nos EUA não havia cotas como em universidades brasileiras, mas, sim, um sistema que considerava que raça era um critério para um aluno ser convocado para a matrícula. A Suprema Corte dos EUA afirmou, no entanto, Ele disse que orientou o Departamento de Educação do país a estudar quais possíveis políticas podem contribuir para que haja mais diversidade entre os estudantes universitários. Segundo o governo dos EUA, o Departamento de Educação e o Departamento de Justiça vão auxiliar as universidades com as práticas de admissão de alunos nos próximos 45 dias. Biden critica elitismo de ensino superior Em seu discurso, Biden afirmou que os estudantes das famílias pertencentes ao 1% mais rico em termos de renda familiar têm 77 vezes mais chances de ingressar em uma universidade de elite do que aqueles provenientes do grupo mais pobre. "Apenas as pessoas ricas e bem relacionadas se beneficiam desse sistema", disse ele. Biden é favorável às políticas, que vinham sendo usadas pelas instituições para aumentar o número de alunos negros, hispânicos e de outros grupos pouco representados entre os estudantes. Em pronunciamento na Casa Branca, acusou os juízes da Suprema Corte - de maioria conservadora - de "efetivamente acabar com as políticas afirmativas no processo de admissão às universidades". "Não podemos deixar que essa decisão seja a última palavra nesse assunto", afirmou ele. "O preconceito ainda existe nos Estados Unidos, e a decisão de hoje não muda isso. Acredito que as universidades são mais fortes quando são racialmente diversas. Temos que lembrar que diversidade é a nossa força, e eu sempre lutarei por isso". A decisão da Suprema Corte - uma das mais importantes da Casa antes do recesso de verão no Hemisfério Norte, a partir da semana que vem - reverte um entendimento de quase 50 anos. Em 1978, a Corte havia decidido que as universidades não podem criar sistemas de cotas, mas que poderiam usar a raça como critério nas seleções. O presidente da Suprema Corte dos EUA, o conservador John Roberts, escreveu que o benefício a um estudante que sofre discriminação racial tem que estar relacionado "à coragem e à determinação daquele estudante". Foto de 2019 mostra alunos perto da biblioteca Widener, na Universidade Harvard, nos EUA Charles Krupa/Arquivo/AP Photo