Depois de receber críticas no passado, reposição hormonal volta a ganhar defensores

Estudo canadense indica o tratamento para os sintomas da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos e distúrbios de sono Os primeiros sintomas relacionados à diminuição da produção do estrogênio, o principal hormônio feminino, podem surgir dez anos antes da menopausa. Pior: problemas como ondas de calor, suores noturnos e distúrbios de sono, entre outros, com frequência se estendem por mais de uma década após o fim dos ciclos menstruais – com impacto bastante negativo na qualidade de vida de qualquer mulher. Uma nova revisão de estudos, publicada ontem na revista “Canadian Medical Association Journal”, avança no resgate da terapia de reposição hormonal, recomendando o tratamento para quem não apresenta fatores de risco, como explica a médica Iliana Lega, professora da Universidade de Toronto e coautora do trabalho: Mulheres e menopausa: reposição hormonal volta a ganhar defensores Fotorech para Pixabay “Perimenopausa e pós-menopausa podem levar a um quadro de sofrimento físico e mental. Apesar da existência de diversas formas de intervenção, o medo relacionado ao risco da terapia de reposição hormonal, aliado à falta de conhecimento sobre as alternativas existentes, impediu que muitas pacientes recebessem qualquer tipo de tratamento”. O Women's Health Initiative, estudo que lançou uma sombra de dúvidas sobre a reposição hormonal, completou 21 anos sendo questionado porque seu encaminhamento continha falhas. No entanto, o estrago foi grande: a informação fez com que um grande número de médicos deixasse de prescrever o tratamento para suas pacientes. Em coluna publicada em abril, o blog já havia apresentado trabalho realizado por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, mostrando o mesmo tipo de relação entre a idade da menopausa, a utilização de terapia hormonal e a Doença de Alzheimer: altos níveis da proteína tau, presentes no processo da enfermidade, só haviam sido observados em mulheres que começaram a fazer reposição hormonal tardiamente. Hoje, há evidências de uma possível redução de risco de doença coronariana através da reposição, no caso de pacientes abaixo dos 60 ou que iniciam o tratamento precocemente. De acordo com o levantamento, os principais benefícios da reposição são: Redução das ondas de calor em até 90% em pacientes com sintomas de moderados a severos. Melhora do perfil lipídico e possível diminuição do risco de diabetes tipo 2. Menor risco de fraturas ósseas. Sobre os contras: Embora estudos anteriores tivessem indicado aumento do risco de câncer de mama, ele é baixo para quem está na faixa entre 50 e 59 anos e para quem inicia a reposição nos primeiros dez anos a partir da menopausa. Outras pesquisas mostram um aumento de chances de acidente vascular cerebral (derrame) em mulheres acima dos 60 anos que iniciaram a reposição dez anos depois da menopausa. Quem apresenta algum fator de risco (histórico de câncer de mama e subtipos de câncer endometrial, doença coronariana ou mutação pró-trombótica) ou não quer fazer o tratamento pode utilizar terapias não hormonais para aliviar os sintomas.

Depois de receber críticas no passado, reposição hormonal volta a ganhar defensores

Estudo canadense indica o tratamento para os sintomas da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos e distúrbios de sono Os primeiros sintomas relacionados à diminuição da produção do estrogênio, o principal hormônio feminino, podem surgir dez anos antes da menopausa. Pior: problemas como ondas de calor, suores noturnos e distúrbios de sono, entre outros, com frequência se estendem por mais de uma década após o fim dos ciclos menstruais – com impacto bastante negativo na qualidade de vida de qualquer mulher. Uma nova revisão de estudos, publicada ontem na revista “Canadian Medical Association Journal”, avança no resgate da terapia de reposição hormonal, recomendando o tratamento para quem não apresenta fatores de risco, como explica a médica Iliana Lega, professora da Universidade de Toronto e coautora do trabalho: Mulheres e menopausa: reposição hormonal volta a ganhar defensores Fotorech para Pixabay “Perimenopausa e pós-menopausa podem levar a um quadro de sofrimento físico e mental. Apesar da existência de diversas formas de intervenção, o medo relacionado ao risco da terapia de reposição hormonal, aliado à falta de conhecimento sobre as alternativas existentes, impediu que muitas pacientes recebessem qualquer tipo de tratamento”. O Women's Health Initiative, estudo que lançou uma sombra de dúvidas sobre a reposição hormonal, completou 21 anos sendo questionado porque seu encaminhamento continha falhas. No entanto, o estrago foi grande: a informação fez com que um grande número de médicos deixasse de prescrever o tratamento para suas pacientes. Em coluna publicada em abril, o blog já havia apresentado trabalho realizado por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, mostrando o mesmo tipo de relação entre a idade da menopausa, a utilização de terapia hormonal e a Doença de Alzheimer: altos níveis da proteína tau, presentes no processo da enfermidade, só haviam sido observados em mulheres que começaram a fazer reposição hormonal tardiamente. Hoje, há evidências de uma possível redução de risco de doença coronariana através da reposição, no caso de pacientes abaixo dos 60 ou que iniciam o tratamento precocemente. De acordo com o levantamento, os principais benefícios da reposição são: Redução das ondas de calor em até 90% em pacientes com sintomas de moderados a severos. Melhora do perfil lipídico e possível diminuição do risco de diabetes tipo 2. Menor risco de fraturas ósseas. Sobre os contras: Embora estudos anteriores tivessem indicado aumento do risco de câncer de mama, ele é baixo para quem está na faixa entre 50 e 59 anos e para quem inicia a reposição nos primeiros dez anos a partir da menopausa. Outras pesquisas mostram um aumento de chances de acidente vascular cerebral (derrame) em mulheres acima dos 60 anos que iniciaram a reposição dez anos depois da menopausa. Quem apresenta algum fator de risco (histórico de câncer de mama e subtipos de câncer endometrial, doença coronariana ou mutação pró-trombótica) ou não quer fazer o tratamento pode utilizar terapias não hormonais para aliviar os sintomas.