Quem eu seria sem esse pensamento: autoconsciência para acabar com o sofrimento

Aos 80 anos, Byron Katie continua atuando para divulgar “O trabalho”, método que criou na década de 1980 Na edição 2023 do Wisdom 2.0, realizada no fim de abril, tive o prazer de conhecer a figura ao mesmo tempo frágil e poderosa de Byron Katie. Aos 80 anos, ela continua na ativa para ensinar seu método, conhecido como “O trabalho” (“The work”), cujo objetivo é grandioso: acabar com o sofrimento através da meditação e autoconsciência. Byron Katie, autora do método, conhecido como “O trabalho”, cujo objetivo é acabar com o sofrimento através da meditação e autoconsciência Reprodução “Dê espaço para seus pensamentos, medite sobre suas crenças, sobre o que provoca seu sofrimento. Observe o que o ego oferece, deixe passado e presente flutuarem, irem e virem, como um pêndulo. E questione: será realmente verdadeiro o que me perturba ou foi algo que ‘colou’ na minha mente?”, indagou para a plateia. Uma pergunta serve de guia para seu método, que já foi objeto de estudos científicos que comprovaram o aumento do bem-estar das pessoas que o adotaram: “quem eu seria sem esse pensamento?”. Assim funciona o processo de desconstrução do sofrimento, que vem atraindo adeptos há décadas. Katie conseguiu vencer uma depressão severa, que a impedia de sair do quarto. Numa manhã de 1986, teve o que descreve como um entendimento que mudou sua vida: “acordei num estado de alegria que perdura até hoje”. Autora de inúmeros best-sellers, apresentou “O trabalho” em seu livro “Ame a realidade”. No evento, conduziu uma rápida sessão com Soren Gordhamer, criador do Wisdom.2, que contou que era ridicularizado quando criança porque a família não ia à igreja. Os outros meninos diziam que ele iria para o inferno e, além de vergonha, passou anos achando que não tinha valor. “Visite a causa do sofrimento até ele não ser mais capaz de provocar dor. Pense em quem se transformou, em tudo que construiu, como aqueles garotos não têm qualquer poder sobre você”, ensinou. Quem quiser, pode baixar aqui o PDF com as perguntas do método, que servem como ponto de partida para enxergar os problemas. O roteiro inclui ainda “inversões” que questionam as crenças arraigadas. Para ajudar a entender o processo, imaginemos a situação “Fulano não me compreende”. As perguntas: Isso é verdade? Você pode saber com absoluta certeza que isso é verdade? O que acontece, como você reage, quando acredita nesse pensamento? Quem você seria sem esse pensamento? O passo seguinte é fazer a inversão do conceito que pretende questionar e encontrar três exemplos para cada uma dessas inversões. Elas serão a oportunidade de vivenciar o oposto da declaração original. Para a situação “Fulano não deveria gritar comigo”, algumas inversões possíveis seriam: “Fulano deveria gritar comigo”; “Eu não deveria gritar com Fulano”; “Eu não deveria gritar comigo”. Muitas reflexões surgem daí: na minha cabeça, não paro de repetir os gritos dele? Quem está fazendo mais mal a mim mesma: Fulano, que gritou, ou eu, repetindo isso na minha mente à exaustão? Afinal, por que nos apegamos a algo que pode não ser verdade ou não significa mais nada para nós?

Quem eu seria sem esse pensamento: autoconsciência para acabar com o sofrimento

Aos 80 anos, Byron Katie continua atuando para divulgar “O trabalho”, método que criou na década de 1980 Na edição 2023 do Wisdom 2.0, realizada no fim de abril, tive o prazer de conhecer a figura ao mesmo tempo frágil e poderosa de Byron Katie. Aos 80 anos, ela continua na ativa para ensinar seu método, conhecido como “O trabalho” (“The work”), cujo objetivo é grandioso: acabar com o sofrimento através da meditação e autoconsciência. Byron Katie, autora do método, conhecido como “O trabalho”, cujo objetivo é acabar com o sofrimento através da meditação e autoconsciência Reprodução “Dê espaço para seus pensamentos, medite sobre suas crenças, sobre o que provoca seu sofrimento. Observe o que o ego oferece, deixe passado e presente flutuarem, irem e virem, como um pêndulo. E questione: será realmente verdadeiro o que me perturba ou foi algo que ‘colou’ na minha mente?”, indagou para a plateia. Uma pergunta serve de guia para seu método, que já foi objeto de estudos científicos que comprovaram o aumento do bem-estar das pessoas que o adotaram: “quem eu seria sem esse pensamento?”. Assim funciona o processo de desconstrução do sofrimento, que vem atraindo adeptos há décadas. Katie conseguiu vencer uma depressão severa, que a impedia de sair do quarto. Numa manhã de 1986, teve o que descreve como um entendimento que mudou sua vida: “acordei num estado de alegria que perdura até hoje”. Autora de inúmeros best-sellers, apresentou “O trabalho” em seu livro “Ame a realidade”. No evento, conduziu uma rápida sessão com Soren Gordhamer, criador do Wisdom.2, que contou que era ridicularizado quando criança porque a família não ia à igreja. Os outros meninos diziam que ele iria para o inferno e, além de vergonha, passou anos achando que não tinha valor. “Visite a causa do sofrimento até ele não ser mais capaz de provocar dor. Pense em quem se transformou, em tudo que construiu, como aqueles garotos não têm qualquer poder sobre você”, ensinou. Quem quiser, pode baixar aqui o PDF com as perguntas do método, que servem como ponto de partida para enxergar os problemas. O roteiro inclui ainda “inversões” que questionam as crenças arraigadas. Para ajudar a entender o processo, imaginemos a situação “Fulano não me compreende”. As perguntas: Isso é verdade? Você pode saber com absoluta certeza que isso é verdade? O que acontece, como você reage, quando acredita nesse pensamento? Quem você seria sem esse pensamento? O passo seguinte é fazer a inversão do conceito que pretende questionar e encontrar três exemplos para cada uma dessas inversões. Elas serão a oportunidade de vivenciar o oposto da declaração original. Para a situação “Fulano não deveria gritar comigo”, algumas inversões possíveis seriam: “Fulano deveria gritar comigo”; “Eu não deveria gritar com Fulano”; “Eu não deveria gritar comigo”. Muitas reflexões surgem daí: na minha cabeça, não paro de repetir os gritos dele? Quem está fazendo mais mal a mim mesma: Fulano, que gritou, ou eu, repetindo isso na minha mente à exaustão? Afinal, por que nos apegamos a algo que pode não ser verdade ou não significa mais nada para nós?