Depoimento de hacker à CPI deve ser apurado, mas indica que grande golpe vinha sendo preparado

Walter Delgatti Neto falou à CPI dos atos golpistas nesta quinta-feira (17) Reprodução/GloboNews O hacker Walter Delgatti Neto iniciou o depoimento na CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro admitindo a participação dele em uma trama idealizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para criar uma falha fake da urna eletrônica no dia 7 de setembro, que culminaria no que aparenta ser a preparação de um verdadeiro golpe de estado. Em uma fala detalhada, Delgatti revelou que após um encontro com Carla Zambelli, ele teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outro com o marqueteiro dele, Duda Lima, que teria proposta uma ação no dia 7 de setembro passado onde seria indicada a fragilidade da urna eletrônica por meio de um código-fonte falso – a ação só não ocorreu porque, segundo o hacker, ela vazou na imprensa e a ideia acabou sendo cancelada. Delgatti falou, ainda, que Bolsonaro pediu para Moraes tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral a fim de desmoralizar o seu presidente, Alexandre de Moraes, que dizia que o sistema seria “inviolável”. E o ex-presidente da República teria dito ao hacker, ainda, que se alguém pedisse a prisão dele, que ele lhe concederia o indulto. Esta e outras ações relatadas por Delgatti, que admitiu ter invadido sistemas do Conselho Nacional de Justiça e que também afirmou ter tido diversas visitas ao Ministério da Defesa, mostram que havia no mínimo uma tentativa de ruptura institucional por parte do ex-presidente, ou de pessoas ligadas a ele, por meio do sistema eleitoral. “Vamos lembrar que a minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres, o decreto de GLO encontrado no celular de Mauro Cid falam exatamente em uma operação para se fazer uma intervenção no TSE e afastar o ministro Alexandre de Moraes da presidência da Justiça Eleitoral, do TSE. Então há todo um encadeamento, uma lógica. É claro que precisa tudo ser investigado. Mas em tudo sendo comprovado, acho que é o fecho da comprovação de que um grande golpe estava sendo preparado no país”, analisou Valdo Cruz.

Depoimento de hacker à CPI deve ser apurado, mas indica que grande golpe vinha sendo preparado

Walter Delgatti Neto falou à CPI dos atos golpistas nesta quinta-feira (17) Reprodução/GloboNews O hacker Walter Delgatti Neto iniciou o depoimento na CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro admitindo a participação dele em uma trama idealizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para criar uma falha fake da urna eletrônica no dia 7 de setembro, que culminaria no que aparenta ser a preparação de um verdadeiro golpe de estado. Em uma fala detalhada, Delgatti revelou que após um encontro com Carla Zambelli, ele teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outro com o marqueteiro dele, Duda Lima, que teria proposta uma ação no dia 7 de setembro passado onde seria indicada a fragilidade da urna eletrônica por meio de um código-fonte falso – a ação só não ocorreu porque, segundo o hacker, ela vazou na imprensa e a ideia acabou sendo cancelada. Delgatti falou, ainda, que Bolsonaro pediu para Moraes tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral a fim de desmoralizar o seu presidente, Alexandre de Moraes, que dizia que o sistema seria “inviolável”. E o ex-presidente da República teria dito ao hacker, ainda, que se alguém pedisse a prisão dele, que ele lhe concederia o indulto. Esta e outras ações relatadas por Delgatti, que admitiu ter invadido sistemas do Conselho Nacional de Justiça e que também afirmou ter tido diversas visitas ao Ministério da Defesa, mostram que havia no mínimo uma tentativa de ruptura institucional por parte do ex-presidente, ou de pessoas ligadas a ele, por meio do sistema eleitoral. “Vamos lembrar que a minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres, o decreto de GLO encontrado no celular de Mauro Cid falam exatamente em uma operação para se fazer uma intervenção no TSE e afastar o ministro Alexandre de Moraes da presidência da Justiça Eleitoral, do TSE. Então há todo um encadeamento, uma lógica. É claro que precisa tudo ser investigado. Mas em tudo sendo comprovado, acho que é o fecho da comprovação de que um grande golpe estava sendo preparado no país”, analisou Valdo Cruz.