Novo Ensino Médio: como é e como pode ficar

Texto aprovado pela Câmara prevê nova distribuição da carga horária e define disciplinas obrigatórias para toda a etapa escolar. Entidades avaliam ponto a ponto as principais mudanças. O projeto que muda o Novo Ensino Médio aprovado pela Câmara dos Deputados prevê aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e exige ainda que cada escola oferte no mínimo duas optativas (ou itinerários formativos). No caso dos cursos técnicos, a carga obrigatória poderá ser menor. A proposta ainda precisará ser votada pelo Senado, onde poderá sofrer alterações. Ainda não há data de votação definida. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Enem no WhatsApp Em vigor em todas as escolas públicas e privadas do país, o Novo Ensino Médio tem sido alvo de diversas críticas desde que foi implantado. Por essa razão, o governo federal enviou em outubro de 2023 um projeto de lei para o Congresso para ajustar alguns pontos. Abaixo, veja como é hoje, como pode ficar o Novo Ensino Médio e os prós e contras, segundo entidades do setor: ⏰ CARGA HORÁRIA Como é hoje: 1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular) + 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico). O que foi aprovado pela Câmara: 2.400 horas para disciplinas obrigatórias + 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno). O que dizem entidades do setor: Tanto a Todos Pela Educação, entidade sem fins lucrativos, quanto entidades estudantis como União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), aprovaram a nova divisão proposta, que privilegia as disciplinas obrigatórias. ???? DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS Como é hoje: Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. O que foi aprovado pela Câmara: Disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio: linguagens (português e inglês) artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química); ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia). O ensino de espanhol passa a ser facultativo, e não obrigatório como o governo queria. O que dizem entidades do setor: Para a Todos Pela Educação, a permanência das disciplinas como obrigatórias ao longo de toda a etapa, bem como a definição dos componentes curriculares que integram as quatro áreas do conhecimento é algo positivo. As entidades estudantis, no entanto, defendem que é importante ter o espanhol como disciplina obrigatório, e esperam que o Senado proponha essa alteração antes de aprovar a pauta. ???? ITINERÁRIOS FORMATIVOS Como é hoje: As redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar. O que foi aprovado pela Câmara: Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que oferecerem também o ensino técnico). Delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas; ou curso de formação técnica e profissional. O que dizem entidades do setor: UNE, UBES e ANPG veem as mudanças dos itinerários formativos como uma das que mais merecem destaque, por dar fim ao "conceito tecnicista" das disciplinas. A Todos Pela Educação concorda que a previsão de diretrizes das optativas é algo positivo, e destaca também a obrigatoriedade de aprofundamento dos itinerários em cada uma das áreas do conhecimento. ????️ CARGA HORÁRIA DO ENSINO TÉCNICO Como é hoje: 1.800 horas de disciplinas obrigatórias + 1.200 horas para o ensino técnico (equivalente à carga de outras disciplinas optativas). O que foi aprovado pela Câmara: 2.100 horas de disciplinas obrigatórias (sendo que 300 horas poderão ser destinadas a conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida, ficando 1.800). A carga horária máxima será de até 1.200 horas para o curso técnico escolhido. O que dizem entidades do setor: A Todos Pela Educação espera que o Senado faça alguns ajustes na proposta aprovada pela Câmara e, entre elas, aprimorar a proposta de compensação de horas para as disciplinas obrigatórias no caso do ensino técnico. Segundo a entidade, o receio é que a variação de até 300 horas de formação geral básica pode acentuar diferenças entre os alunos da formação técnica e aqueles que optarem por itinerários formativos. ???? ENSINO À DISTÂNCIA Como é hoje: A legislação permite que os conteúdos possam ser dados por meio de atividades on-line e que os sistemas de ensino possam firmar convênios com instituições de educação à distância. O que foi aprovado pela Câmara: Carga horária destinada à formação geral básica deve ser ofertada de forma presencial, admitido, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, em disciplinas como matemática, química, entre outras. com base em regulamento a ser elabor

Novo Ensino Médio: como é e como pode ficar
Texto aprovado pela Câmara prevê nova distribuição da carga horária e define disciplinas obrigatórias para toda a etapa escolar. Entidades avaliam ponto a ponto as principais mudanças. O projeto que muda o Novo Ensino Médio aprovado pela Câmara dos Deputados prevê aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e exige ainda que cada escola oferte no mínimo duas optativas (ou itinerários formativos). No caso dos cursos técnicos, a carga obrigatória poderá ser menor. A proposta ainda precisará ser votada pelo Senado, onde poderá sofrer alterações. Ainda não há data de votação definida. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Enem no WhatsApp Em vigor em todas as escolas públicas e privadas do país, o Novo Ensino Médio tem sido alvo de diversas críticas desde que foi implantado. Por essa razão, o governo federal enviou em outubro de 2023 um projeto de lei para o Congresso para ajustar alguns pontos. Abaixo, veja como é hoje, como pode ficar o Novo Ensino Médio e os prós e contras, segundo entidades do setor: ⏰ CARGA HORÁRIA Como é hoje: 1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular) + 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico). O que foi aprovado pela Câmara: 2.400 horas para disciplinas obrigatórias + 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno). O que dizem entidades do setor: Tanto a Todos Pela Educação, entidade sem fins lucrativos, quanto entidades estudantis como União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), aprovaram a nova divisão proposta, que privilegia as disciplinas obrigatórias. ???? DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS Como é hoje: Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. O que foi aprovado pela Câmara: Disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio: linguagens (português e inglês) artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química); ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia). O ensino de espanhol passa a ser facultativo, e não obrigatório como o governo queria. O que dizem entidades do setor: Para a Todos Pela Educação, a permanência das disciplinas como obrigatórias ao longo de toda a etapa, bem como a definição dos componentes curriculares que integram as quatro áreas do conhecimento é algo positivo. As entidades estudantis, no entanto, defendem que é importante ter o espanhol como disciplina obrigatório, e esperam que o Senado proponha essa alteração antes de aprovar a pauta. ???? ITINERÁRIOS FORMATIVOS Como é hoje: As redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar. O que foi aprovado pela Câmara: Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que oferecerem também o ensino técnico). Delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas; ou curso de formação técnica e profissional. O que dizem entidades do setor: UNE, UBES e ANPG veem as mudanças dos itinerários formativos como uma das que mais merecem destaque, por dar fim ao "conceito tecnicista" das disciplinas. A Todos Pela Educação concorda que a previsão de diretrizes das optativas é algo positivo, e destaca também a obrigatoriedade de aprofundamento dos itinerários em cada uma das áreas do conhecimento. ????️ CARGA HORÁRIA DO ENSINO TÉCNICO Como é hoje: 1.800 horas de disciplinas obrigatórias + 1.200 horas para o ensino técnico (equivalente à carga de outras disciplinas optativas). O que foi aprovado pela Câmara: 2.100 horas de disciplinas obrigatórias (sendo que 300 horas poderão ser destinadas a conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida, ficando 1.800). A carga horária máxima será de até 1.200 horas para o curso técnico escolhido. O que dizem entidades do setor: A Todos Pela Educação espera que o Senado faça alguns ajustes na proposta aprovada pela Câmara e, entre elas, aprimorar a proposta de compensação de horas para as disciplinas obrigatórias no caso do ensino técnico. Segundo a entidade, o receio é que a variação de até 300 horas de formação geral básica pode acentuar diferenças entre os alunos da formação técnica e aqueles que optarem por itinerários formativos. ???? ENSINO À DISTÂNCIA Como é hoje: A legislação permite que os conteúdos possam ser dados por meio de atividades on-line e que os sistemas de ensino possam firmar convênios com instituições de educação à distância. O que foi aprovado pela Câmara: Carga horária destinada à formação geral básica deve ser ofertada de forma presencial, admitido, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, em disciplinas como matemática, química, entre outras. com base em regulamento a ser elaborado. O que dizem entidades do setor: "Este é um avanço importante dada a redação da reforma original, que abria maiores possibilidades para a Educação a Distância no Ensino Médio brasileiro", defende a entidade Todos Pela Educação.