Pingentes de preguiças-gigantes feitos há mais de 25 mil anos são encontrados em MT e levanta debate sobre chegada de humanos à América

Estudo divulgado nesta semana aponta que os artefatos indicam que o homem entrou na América do Sul antes do que se acreditava até então. Pingente com buraco que, segundo pesquisadores, só pode ter sido feito por humanos Divulgação/Thaís Pansani Pingentes feitos com ossos de preguiças-gigantes, há cerca de 25 mil anos, foram encontrados no sítio arqueológico de Santa Elina, localizado no município de Jangada, a 82 km de Cuiabá. As peças foram polidas e perfuradas, fato que, segundo os pesquisadores, indica que foram utilizadas como adorno durante o período da 'megafauna'. A descoberta do material aconteceu por volta do início dos anos 90, no entanto, o estudo do material foi divulgado na última quarta-feira (12), por meio da revista britânica Proceedings of the Royal Society B. As evidências mais recentes sugerem que os primeiros humanos chegaram à América do Sul antes do que se pensava. Os ossos estavam perto de ferramentas de pedra com buracos que, conforme a pesquisa, somente seres humanos poderiam ter feito. As Américas do Norte e do Sul foram os últimos continentes a serem habitados por humanos modernos, mas, exatamente quando isso começou, é um tópico que divide os arqueólogos. Os pingentes podem ter entre 25.000 e 27.000 anos e isso traria um possível contraponto às teorias já conhecidas sobre a entrada do homem nas Américas. A análise foi realizada por pesquisadores de instituições do Brasil, França, Estados Unidos e Irlanda. As brasileiras Thais Pansani e Mírian Pacheco, ambas paleontólogas da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), assinaram o trabalho. Entre os membros do exterior estão cientistas da Universidade de Belfast, da Universidade Paris-Saclay, do European Synchrotron Radiation Facility e dos museus nacionais de história natural dos Estados Unidos e da França. Segundo a arqueóloga Suzana Hirooka, é muito raro encontrar artefatos humanos desse período e, mais raro ainda, artefatos que tenham sido utilizados como acessórios. Suzana explica que o fósseo trata-se de um osteoderma, um osso pequeno que fica embaixo da pele do animal. A arqueóloga também esclarece que existe uma diferença entre descoberta e pesquisa. Segundo ela, muitas vezes os artefatos são encontrados, mas a pesquisa não é feita de imediato ou leva algum tempo até que seja concluída. Suzana esteve presente no local quando os ossos foram encontrados e, na época, a profissional ainda era estudante de arqueologia. Osteodermas foram encontradas no Abrigo de Santa Elina, no Mato Grosso Divulgação/Thaís Pansani Atualmente, a escavação de Santa Elina está paralisada e está sendo utilizado para plantio de soja. O local é considerado um patrimônio mundial pelo seu registro da entrado do homem no continente americano. Megafauna Megafauna é o nome dado para o conjunto de animais pré-históricos que destacam-se por seu tamanho gigante. Assim como vários outros animais, a preguiça-gigante fez parte da megafauna.

Pingentes de preguiças-gigantes feitos há mais de 25 mil anos são encontrados em MT e levanta debate sobre chegada de humanos à América

Estudo divulgado nesta semana aponta que os artefatos indicam que o homem entrou na América do Sul antes do que se acreditava até então. Pingente com buraco que, segundo pesquisadores, só pode ter sido feito por humanos Divulgação/Thaís Pansani Pingentes feitos com ossos de preguiças-gigantes, há cerca de 25 mil anos, foram encontrados no sítio arqueológico de Santa Elina, localizado no município de Jangada, a 82 km de Cuiabá. As peças foram polidas e perfuradas, fato que, segundo os pesquisadores, indica que foram utilizadas como adorno durante o período da 'megafauna'. A descoberta do material aconteceu por volta do início dos anos 90, no entanto, o estudo do material foi divulgado na última quarta-feira (12), por meio da revista britânica Proceedings of the Royal Society B. As evidências mais recentes sugerem que os primeiros humanos chegaram à América do Sul antes do que se pensava. Os ossos estavam perto de ferramentas de pedra com buracos que, conforme a pesquisa, somente seres humanos poderiam ter feito. As Américas do Norte e do Sul foram os últimos continentes a serem habitados por humanos modernos, mas, exatamente quando isso começou, é um tópico que divide os arqueólogos. Os pingentes podem ter entre 25.000 e 27.000 anos e isso traria um possível contraponto às teorias já conhecidas sobre a entrada do homem nas Américas. A análise foi realizada por pesquisadores de instituições do Brasil, França, Estados Unidos e Irlanda. As brasileiras Thais Pansani e Mírian Pacheco, ambas paleontólogas da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), assinaram o trabalho. Entre os membros do exterior estão cientistas da Universidade de Belfast, da Universidade Paris-Saclay, do European Synchrotron Radiation Facility e dos museus nacionais de história natural dos Estados Unidos e da França. Segundo a arqueóloga Suzana Hirooka, é muito raro encontrar artefatos humanos desse período e, mais raro ainda, artefatos que tenham sido utilizados como acessórios. Suzana explica que o fósseo trata-se de um osteoderma, um osso pequeno que fica embaixo da pele do animal. A arqueóloga também esclarece que existe uma diferença entre descoberta e pesquisa. Segundo ela, muitas vezes os artefatos são encontrados, mas a pesquisa não é feita de imediato ou leva algum tempo até que seja concluída. Suzana esteve presente no local quando os ossos foram encontrados e, na época, a profissional ainda era estudante de arqueologia. Osteodermas foram encontradas no Abrigo de Santa Elina, no Mato Grosso Divulgação/Thaís Pansani Atualmente, a escavação de Santa Elina está paralisada e está sendo utilizado para plantio de soja. O local é considerado um patrimônio mundial pelo seu registro da entrado do homem no continente americano. Megafauna Megafauna é o nome dado para o conjunto de animais pré-históricos que destacam-se por seu tamanho gigante. Assim como vários outros animais, a preguiça-gigante fez parte da megafauna.